O diabetes mellitus, popularmente conhecida apenas por DIABETES, é um distúrbio do metabolismo que afeta primeiramente os açúcares (glicose e outros), mas que também tem repercussões importantes sobre o metabolismo das gorduras (lípides) e das proteínas. Muita gente pensa que o diabetes é uma doença simples e benigna, um probleminha banal de "açúcar alto no sangue". Na verdade, infelizmente não é bem assim. O diabetes é uma disfunção que, se não tratada e bem controlada, acaba produzindo, com o correr do tempo, lesões graves e potencialmente fatais, como o infarto do miocárdio, derrame cerebral, cegueira, impotência, nefropatia, úlcera nas pernas e até amputações de membros. Por outro lado, quando bem tratado e bem controlado,m todas essas complicações crônicas podem ser evitadas e o paciente diabético pode ter uma vida perfeitamente normal. Recentemente, foi conclúido um grande estudo, nos Estados Unidos, o qual demonstrou que o Controle adequado do diabetes é, realmente, o único caminho para se evitar as complicações mencionadas.
Como diagnosticar - Sinais e Sintomas: Pessoas com níveis altos ou mal controlados de glicose no sangue podem apresentar: Muita sede; Vontade de urinar diversas vezes; Perda de peso (mesmo sentindo mais fome e comendo mais do que o habitual); Fome exagerada; Visão embaçada; Infecções repetidas na pele ou mucosas; Machucados que demoram a cicatrizar; Fadiga (cansaço inexplicável); Dores nas pernas por causa da má circulação. Em alguns casos não há sintomas. Isto ocorre com maior freqüência no diabetes tipo 2. Neste caso, a pessoa pode passar muitos meses, às vezes anos, para descobrir a doença. Os sintomas muitas vezes são vagos, como formigamento nas mãos e pés. Portanto, é importante pesquisar diabetes em todas as pessoas com mais de 40 anos de idade.
TIPOS DE DIABETES MAIS FREQÜENTES:
Diabetes Tipo 1 O diabetes Tipo 1 aparece como resultado de uma destruição das células beta produtoras de insulina por engano, pois o organismo acha que são corpos estranhos. Isso é chamado de resposta auto-imune. Este tipo de reação também ocorre em outras doenças, como esclerose múltipla, Lupus e doenças da tireóide.
Os pesquisadores não sabem exatamente por que isso acontece. No diabetes, porém, encontram-se vários fatores que parecem estar ligados ao diabetes tipo 1. Entre eles incluem-se a genética, os auto-anticorpos, os vírus, o leite de vaca e os radicais livres do oxigênio.
Diabetes Tipo 2 Sabe-se que o diabetes do tipo 2 possui um fator hereditário maior que no tipo 1. Além disso, há uma grande relação com a obesidade e o sedentarismo. Estima-se que 60% a 90% dos portadores da doença sejam obesos. A incidência é maior após os 40 anos.
Uma de suas peculiaridades é a contínua produção de insulina pelo pâncreas. O problema está na incapacidade de absorção das células musculares e adiposas. Por muitas razões suas células não conseguem metabolizar a glicose suficiente da corrente sangüínea. Esta é uma anomalia chamada de "resistência insulínica".
O diabetes tipo 2 é cerca de 8 a 10 vezes mais comum que o tipo 1 e pode responder ao tratamento com dieta e exercício físico. Outras vezes vai necessitar de medicamentos orais e, por fim, a combinação destes com a insulina.
Diabetes Gestacional Na gravidez, duas situações envolvendo o diabetes podem acontecer: a mulher que já tinha diabetes e engravida e o diabetes gestacional. O diabetes gestacional é a alteração das taxas de açúcar no sangue que aparece ou é detectada pela primeira vez na gravidez. Pode persistir ou desaparecer depois do parto.
CONSULTAS E EXAMES
Para as pessoas com diabetes é fundamental a realização de diversos exames. Alguns, dependendo do caso, devem ser feitos diariamente. Outros podem ser solicitados mensalmente. São imprescindíveis para verificar se o tratamento está sendo conduzido de forma correta ou não. E, também, para verificar se os medicamentos estão surtindo efeitos satisfatórios. A freqüência ao consultório depende do estado de cada indivíduo. Tire suas dúvidas e saiba mais sobre os exames que geralmente são feitos para diagnosticar o diabetes.
PREVENÇÃO
Alimentação O segredo da boa alimentação consiste em adequar as preferências individuais com a quantidade e qualidade do alimentos que farão parte da nossa dieta habitual. Existem algumas recomendações que podem ajudar a tornar sua alimentação mais saudável:
Procure incorporar na sua dieta habitual a maior quantidade possível de alimentos ricos em fibras, tais como frutas e verduras. Por exemplo, evitar “descascar” algumas frutas, como figo, pêssego e maçã pode aumentar bastante o conteúdo de fibras, que terão um papel fundamental na saúde do seu sistema digestivo. Procure diminuir a quantidade de gorduras (óleo, manteiga, creme etc) e de carboidratos (massa e doces), dando preferência a alimentos grelhados e cozidos. Infelizmente a dieta habitual da nossa população é sempre mais rica em gorduras e carboidratos e pobre em proteínas do que o desejado. Evite comer “fast food”, dê preferência aos alimentos de preparação mais “caseira”. Diminua a quantidade total de alimentos de cada refeição. Faça mais refeições ingerindo menos calorias de cada vez. Este procedimento permitirá uma digestão mais fácil e menor apetite nas refeições maiores. Utilize leite e derivados (iogurte, queijos) desnatados ou light e prefira as carnes magras. Assim, você estará prevenindo o aumento do colesterol, além de controlar o peso. As leguminosas devem fazer parte do cardápio, pois contêm proteínas, ferro e fibras. No supermercado é preciso cuidado ao escolher o que será comprado. Levando alimentos saudáveis para casa, já estará dando um grande passo para não fugir da dieta. Dê preferência aos temperos naturais, pois os industrializados contêm grande quantidade de sal. Os óleos mais saudáveis são os vegetais (canola, girassol, milho ou soja), porém evite frituras. E não se esqueça: se for comer uma sobremesa diet ou light, fique apenas com uma porção. Comer o dobro pode significar o mesmo que um doce supercalórico. Importância da atividade física
Atividade física A prática regular de atividade física é fundamental na adoção de hábitos de vida mais saudáveis. Além dos benefícios já conhecidos, tais como prevenção de doenças cardíacas, prevenção de osteoporose, redução do colesterol, redução da hipertensão, combate à obesidade e tantos outros, o exercício físico tem um efeito ainda mais importante: o indivíduo capaz de incorporar a atividade física aos seus hábitos de maneira definitiva, encontra uma nova fórmula de vida. Manter-se ativo promove uma mudança radical no corpo. O organismo solicita hábitos saudáveis. Os alimentos gordurosos começam a se tornar indesejados, as refeições exageradamente calóricas são rejeitadas, a auto-estima aumenta com a melhora na estética corporal, a resistência física é aumentada e a produtividade e capacidade de trabalho são favorecidas. Para a pessoa com diabetes, a atividade física, além dos benefícios já citados, auxilia no tratamento da doença. Se todos estes fatores não forem suficientes para convencer alguém a praticar exercícios, existem mais duas informações importantes: melhora o desempenho sexual e aumenta a expectativa de vida!
LENDO RÓTULOS DOS ALIMENTOS - SAIBA INTERPRETÁ-LOS
Não calóricos: Significa que o produto tem menos de cinco calorias por porção ou outra quantidade designada (observe a porção).
Baixa caloria: Significa 40 ou menos calorias por porção.
Light: Significa que o alimento tem um terço menos de calorias ou 50% menos de gordura do que o alimento com o qual esteja sendo comparado, geralmente a versão integral do mesmo produto.
Menos ou reduzido (em gordura ou açúcar): Significa que o alimento tem, pelo menos, 25% de calorias ou outros ingredientes se comparado à versão tradicional. Ao serem usados nos rótulos, estas palavras precisam também incluir a porcentagem. Por exemplo, “50% a menos de sódio” ou “gordura reduzida em 25%”.
Sem colesterol: Significa que o alimento deve conter menos de 2 miligramas de colesterol e 2 gramas (ou menos) de gordura saturada por porção.
Baixo colesterol: Indica que uma dada porção contém 20 miligramas (ou menos) de colesterol e 2 gramas (ou menos) de gordura saturada.
Baixo teor de gordura: Significa que o alimento deve ter 3 gramas, ou menos, de gordura por porção. Embora os óleos vegetais, por exemplo, não contenham colesterol, são 100% gordura. Os óleos vegetais são preferíveis à manteiga ou à banha de porco porque têm menos gordura saturada. Mas uma colher de sopa de óleo vegetal ainda tem umas 14 gramas de gordura e as mesmas 126 calorias encontradas em uma colher de sopa de manteiga ou creme de leite.
Sem gordura: Significa que o alimento tem menos de 0,5 grama de gordura por porção.
Baixo teor de gordura saturada: Significa que o alimento tem 1 grama, ou menos, de gordura saturada por porção e não mais de 15 por cento de suas calorias são provenientes de gordura saturada.
Baixo teor de sódio: Contém os alimentos com 140 miligramas, ou menos, por porção ou por 100 gramas. O sal de mesa comum (cloreto de sódio) não é a única fonte de sódio. Ele também se encontra no glutamato monossódico, no bicarbonato de sódio e no nitrato de sódio, além de ocorrer naturalmente em alguns alimentos.
Baixíssimo teor de sódio: Significa que o alimento contém 35 miligramas ou menos de sódio por porção de 100 gramas do alimento.
Sem sal: Significa que o alimento contém menos de 5 miligramas de sódio por porção.
Light em sal: Significa que o alimento contém menos de 50% de sódio do que a versão original.
Sem açúcar: Significa que o item tem menos de meio grama de açúcar por porção.
Dietético: É uma expressão sem significado padronizado. Indica apenas que algo foi modificado ou substituído. O produto poderia conter menos açúcar, sal, gordura ou colesterol do que a versão tradicional. Se você olhar para um pacote de biscoitos dietéticos, por exemplo, pode descobrir que possui baixo teor de sódio, mas não tem baixas calorias ou menos açúcar, como era de se imaginar.
Natural: Não possui nenhum significado específico, exceto no que se refere a carne e aves. Neste caso, o produto não contém profiláticos químicos, hormônios ou substâncias similares. No rótulo de outros alimentos a palavra natural não carrega qualquer significado específico, segundo os regulamentos governamentais.
Fresco: Pode se referir apenas aos alimentos crus que não passaram por congelamento, aquecimento ou processamento.
Fonte: Dr. Josefina Bressan, coordenadora do departamento de nutrição e metabolismo da Sociedade Brasileira de Diabetes.
COMPLICAÇÕES DA DIABETES
O diabetes mal controlado, com a glicemia permanentemente elevada, pode danificar os vasos arteriais e os nervos. Como os vasos e os nervos existem em todas as partes do corpo, qualquer órgão pode ser danificado. Assim, nos olhos seria a retinopatia diabética, a segunda causa de cegueira do mundo; nos rins, a nifropatia diabética, causa freqüente de hipertensão arterial e de insuficiência renal entre as pessoas que não controlam o diabetes; e o comprometimento dos nervos periféricos, levando a uma neuropatia diabética, causa de dores, paralisias e complicações como dificuldades de urinar, alterações no ato de evacuar, da digestão etc. O coração e o cérebro também podem sofrer as conseqüências do mau controle do diabetes. Isso porque os grandes vasos também sofrem, pois a glicemia alta aumenta o colesterol e os triglicerídeos do sangue, favorecendo a arteriosclerose precoce com comprometimento da circulação do cérebro, o que pode causar acidentes vasculares celebrais, do coração (infarto do miocárdio) e dos membros (gangrenas diabéticas). Há quem não cuide do diabetes e não sinta nada. Mas é importante lembrar que a maioria dos danos causados pelo diabetes mal controlado são silenciosos, ou seja, eles ocorrem lentamente por um longo período de tempo antes que se façam notar. Quem prefere manter a glicemia elevada para não sentir o mal estar de uma hipoglicemia, cuidado. A hiperglicemia também traz mal estar, além de fazer com que surjam as complicações do diabetes. Consultoria: Dr. Antônio Carlos Lerário, menbro da diretoria da Sociedade Brasileira de Diabetes.
CURIOSIDADE - PRIMEIROS RELADOS DA DIABETES
Os primeiros relatos datam da era egípcia. Entre os hebreus há relatos com suspeita da ocorrência do diabetes gestacional. Desde a circuncisão de Abraão, aos 99 anos, inúmeras práticas endócrinas foram relatadas. O aborto, por exemplo, era permitido se a gestação representasse risco para a vida da mãe. No entanto, somente cerca de 2000 mil anos depois, por volta de 70 d.C, o médico Areteu da Capadócia, na Grécia, conseguiu descrever o diabetes. Areteu observou que aquele silencioso problema desenvolvia quatro complicações: muita fome (polifagia), muita sede (polidipsia), muita urina (poliúria) e fraqueza (poliastenia). Areteu observou também que, quase sempre, as pessoas com esses sintomas entravam em coma antes da morte. Era algo “grave e misterioso”. Afinal, mesmo com a fartura de alimentos que entravam pela boca, a falta de energia corporal permanecia.
Diabetes Mellitus: O "nome completo" da doença é diabetes mellitus. A palavra mellitus foi acrescentada ao nome da doença há mais ou menos 300 anos e significa "com mel", fazendo referência à urina adocicada que caracteriza as pessoas que têm diabetes.
Poxa, Diana, é realmente muito chato ter alguém na nossa família com diabetes, não é? Minha mãe já é diabética há uns 6 anos, e eu descobri mês passado que também estou...
Lamento pelo seu pai e ainda mais pela sua pequena de 9 anos... Mas fazer o quê, né?
O sintoma que me fez suspeitar foi o seguinte: eu estava muito bem, de repente começava com uma leve fome, e em menos de 2 minutos era uma fome enlouquecedora e um terrível mal estar... Sem contar que vez ou outra tinha a sensação de que ia desmaiar na rua... Coisas que minha mãe sentia quando a glicose dela não estava controlada como está agora (hoje ela toma insulina lantus - ela custa 440 reais, mas em compensação minha mãe aplica uma vez ao dia e vai sendo liberada à medida que o organismo vai necessitando). Esse mal estar é a tal da hipoglicemia...
Eu como estou no começo estou tomando um remédio no almoço e no jantar. No MEU caso a médica falou que tem volta, pois provavelmente o que está provocando isso é uma sobrecarga, por conta do meu peso e das comidas gordas que eu costumava ingerir... Emagrecendo ela disse que tem 95% de chance de meu pâncreas voltar a funcionar normalmente... O difícil é emagrecer!
Agora, eu descobri porque a médica me pediu exames .... E a glicose estava 225, que já é considerado diabetes...