1) O uso de vidros - até pouco tempo atrás, a moda era servir tudo em copos. Atualmente, tenho visto inúmeras fotos culinárias que exibem vidros (tipo de maionese e similares) ao invés de copos. Eu sou uma defensora radical do "quem guarda o que parece inútil tem tudo que precisa", nada pra mim é descartável, meus armários estão lotados de embalagens de todo tipo para congelar/armazenar qualquer coisa (né, Kika?), mas acho meio esquisito servir sucos, sobremesas e até sopas em vidros! Tá certo que tem a praticidade da tampa que veda sem precisar recorrer a um filme plástico ou afins para manter a preparação protegida até o momento de servir... sei lá, ainda não me agrada muito a ideia de beber direto de um vidro mas, convenhamos: fotos como essas são sedutoras, né mesmo?
2) Coco - o ingrediente do momento - quem me conhece um pouquinho sabe da minha incontrolável paixão por coco e, se tem acompanhado as tendências culinárias defensoras dos ingredientes ditos saudáveis, sabe que o coco está em todas, seja como gordura, óleo, farinha ou até açúcar. Mas, ao contrário de estar feliz com os zilhões de receitas à base de coco divulgadas na blogosfera mundial, eu estou é preocupada com esse modismo. No ano passado já foi possível identificar o aumento significativo de preço dos derivados de coco, especialmente o leite. A gordura sempre foi cara e agora o óleo vem chegando ao mercado com preço restrito a ricos e famosos.
Aqui na cidade só tem uma lojinha de produtos naturais e eu fiquei feliz da vida ao encontrar coco ralado desidratado bem fininho a preço razoável, mas, quando cheguei em casa com a intenção de preparar os biscoitos da Vanessa, ao experimentar o produto, descobri que na verdade era farinha de coco, ou seja:o bagaço que sobra após a extração da gordura e do leite de coco! Tá, é um ingrediente bacana e, segundo os seguidores desse modismo dito saudável, a farinha de coco pode substituir até 30% da farinha de trigo comum de qualquer receita, seja de pães, bolos, pizzas, biscoitos ou qualquer coisa. De fato, a farinha (ou bagaço) não tem muito sabor de coco e é uma ótima fonte de fibras, com a vantagem de ser sem glúten (gluten free), mais uma opção para os celíacos, mas não substitui o coco ralado desidratado quando a receita pede por esse ingrediente .
Quanto ao açúcar de coco, nunca vi, nunca experimentei, mas li algumas matérias preocupantes a respeito da produção desse açúcar, especialmente nas Filipinas. Para extrair a seiva da qual se produz o açúcar, o coqueiro deixa de produzir frutos, ou seja: é uma árvore que terá seu ciclo produtivo restrito e abreviado, portanto, não é uma produção sustentável, pois sem o fruto e sua polpa não há leite, óleo e água de coco verde.
Outro argumento duvidoso que incentiva o consumo desse açúcar diz respeito aos benefícios à saúde. Afirmam ser um açúcar com índice glicêmico mais baixo e fonte de muitos minerais e vitaminas em maior quantidade que outras fontes de adoçantes naturais, como o mel ou xarope de bordo (maple syrup), mas não existem estudos suficientes e confiáveis para comprovar essas propriedades, igualmente quanto aos benefícios do consumo de óleo ou gordura e tanta propaganda parece estar somente a serviço do lucro das indústrias.
Assim, ao invés de me sentir feliz pela abundância de novidades nas preparações culinárias que tomam conta na blogosfera internacional, desde as nossas velhas e conhecidas receitas brasileiras até as mais exóticas comidas asiáticas, fico mesmo é preocupada com as possíveis consequencias desse modismo tão pouco fundamentado para ser elevado à categoria de altamente saudável, como a alta abusiva dos preços que já pode ser constatada e talvez até mesmo a escassez dos derivados desse maravilhoso ingrediente. Porém, como todo modismo, espero que esse também seja breve e que meus temores não se concretizem.
Ah, tem mais: todos esses derivados estão de acordo com os princípios de consumo "saudável" da paleodiet, mas esse assunto fica pra outra ocasião...
Pois é amiga, depois da minha visita, nunca mais joguei fora as embalagens de margarina. Elas são muito práticas qdo quero dar um pouco de alguma coisa preparada pra mamãe ou amigas.Não me estresso mais com os "esquecimentos" dos meus potes plásticos.
Qto a pizza de coco, não mexeu comigo não, acho que não combina...
Em SP. vc. fica tonta com tanto merchan de óleo de coco nos programas femininos mas, eu que tenho por regra nunca comprar nada que não foi receitado por médico, passo reto pelas tais "maravilhas" do óleo.Aliás, já vi vários especialistas dizendo que ele faz mal como qq. gordura.
Bom, modismo é modismo e sempre aparece alguma tendência.. hehe.. houve um tempo em que toda foto de biscoito tinha uma fitinha pra "amarrar" os biscoitos!
Ah, eu odeio quando as pessoas não tem sequer a educação de devolver meus utensílios, por isso passei a usar só descartáveis. Assim evita tb aquela "obrigação" de devolver o utensílio com alguma guloseima e que serve tb como desculpa para retardar a devolução.
Sobre óleo/gordura de coco: ontem o programa Bem Estar falou sobre o consumo de óleos e gorduras na alimentação. Ainda bem que o endocrinologista do programa - Dr. Alfredo Halpern - falou sobre o absurdo desse modismo do consumo de gordura de coco, do preço estratosférico de um produto que promete emagrecimento, quando na verdade é o que mais tem teor de gordura saturada. Isso significa que além de engordar, ainda é mais prejudicial para a saúde do que os demais óleos.
Quanto à adição de farinha de coco em qualquer preparação: não altera sabor, é fibra pura e é benéfico ingerir fibras. O aspecto negativo é que ela é sub-produto que resulta da extração da gordura de coco. Ou seja: deixa-se de produzir coco ralado integral desidratado.
O que me preocupa é a produção desenfreada da gordura de coco, com preço absurdamente caro e que pode comprometer a produção dos demais derivados de coco, por conta de um modismo mentiroso. A extração da gordura só não é tão maléfica quanto a extração de seiva adoçante porque esta "mata" o coqueiro. E tanto a gordura quanto o "açúcar" de coco não tem comprovação alguma dos tão propalados benefícios para a saúde.
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